
(Foto: Município do Erval Seco)
No dia 13 de Maio de 1888, a Lei Áurea foi promulgada, marcando o fim oficial da escravidão no Brasil. Esta data é celebrada como o Dia Internacional da Abolição da Escravatura. A princesa Isabel foi responsável pela assinatura desta lei, que concedeu a liberdade a mais de 700 mil escravos. A abolição da escravatura representa um marco crucial em nossa história, pois sem ela, não teríamos alcançado a liberdade que desfrutamos hoje; devemos isso àqueles que sofreram sob o regime escravocrata.
Na década de 1880, o movimento abolicionista ganhou força na sociedade brasileira. O apoio à abolição conquistou as grandes cidades e teve adesão popular, com os abolicionistas incentivando os escravos a fugirem de seu cativeiro. Além disso, o movimento organizava panfletos e eventos para divulgar sua causa e mobilizar a população em prol da libertação dos escravizados. Apesar de encarada com desconfiança por alguns, a Lei Áurea foi amplamente explorada pelo movimento abolicionista com o objetivo de conquistar a liberdade de muitos escravos.
Contudo, é importante destacar que a conquista da liberdade foi um processo lento e árduo. Após a abolição, os escravizados enfrentaram enormes desafios para se integrarem à sociedade, já que o governo não ofereceu a assistência adequada. É relevante ressaltar que o Brasil foi o último país do Ocidente a abolir a escravidão, evidenciando a persistência desse sistema nefasto por tanto tempo. A luta pela abolição da escravatura foi uma batalha coletiva, e seu legado deve ser lembrado e valorizado para garantir que as injustiças do passado não se repitam.
Um tempo se passou, e pensávamos que a escravidão tinha sido totalmente abolida. No entanto, ainda existem pessoas sofrendo com a escravidão moderna, que se manifesta de diversas formas, desde a exploração em fábricas clandestinas até a prostituição forçada, passando pelo trabalho infantil e pelo tráfico de órgãos. As vítimas desses abusos frequentemente são privadas de seus direitos mais básicos, vivendo em condições desumanas e sendo submetidas a todo tipo de violência física e psicológica.
Além disso, no contexto brasileiro, as cotas são políticas de ação afirmativa adotadas para promover a inclusão social e combater desigualdades históricas, como as resultantes da escravidão. Elas reservam um percentual de vagas para pessoas negras, pardas e indígenas, visando compensar injustiças históricas e criar oportunidades de acesso à educação e emprego. As cotas têm sido alvo de debates intensos, com defensores argumentando que são necessárias para corrigir desigualdades estruturais profundas, enquanto críticos levantam preocupações sobre a meritocracia e a possibilidade de discriminação reversa. No entanto, muitos estudos mostram que as cotas têm contribuído significativamente para a diversificação das universidades e para a ascensão social de grupos historicamente marginalizados.
Após refletir sobre a história da abolição da escravatura e as políticas de cotas como medidas de reparação, surge um questionamento crucial: até que ponto realmente alcançamos a igualdade e a justiça social? Embora tenhamos avançado significativamente desde a abolição da escravatura, ainda enfrentamos desafios profundos relacionados à discriminação, desigualdade e exploração. A persistência da escravidão moderna e a necessidade contínua de políticas afirmativas como as cotas nos fazem questionar se verdadeiramente atingimos um estado de equidade e respeito pelos direitos fundamentais de todos os indivíduos. Este questionamento nos convoca a continuar a lutar incansavelmente por uma sociedade mais justa e inclusiva, onde cada pessoa possa verdadeiramente desfrutar de liberdade, dignidade e oportunidades iguais.